Gustavo Gaspar ocupou cargos no Ministério das Comunicações e no gabinete do senador Weverton Rocha, que também foi alvo da operaçãoGustavo Gaspar ocupou cargos no Ministério das Comunicações e no gabinete do senador Weverton Rocha, que também foi alvo da operação

PF mira ex-assessor de Juscelino Filho por ligação com Careca do INSS

2025/12/18 23:59

O ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou nesta 5ª feira (18.dez.2025) operações de busca e apreensão nos endereços de Gustavo Marques Gaspar, assessor do ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho (União Brasil-MA). Segundo os investigadores da Polícia Federal, Gaspar integra o núcleo político-institucional de um esquema bilionário de fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Eis a íntegra (PDF – 508 kB).

“Como demonstra a PF, Gustavo foi nomeado para cargos em comissão no Legislativo e no Ministério das Comunicações, com ligações diretas ao ex-ministro Juscelino Filho, que, por sua vez, teria supostamente influenciado sua indicação à liderança do PDT no Senado. Esse histórico revela que Gustavo possuía capacidade de articulação institucional e inserção em ambientes decisórios de relevo político, o que ampliava seu potencial de atuação no esquema ilícito, facilitando contatos, blindagens e aproximações úteis a Antônio Camilo [Careca do INSS]”, afirma o documento.

O Poder360 entrou em contato com o deputado Juscelino Filho, por meio da sua assessoria, para perguntar se ele gostaria de se manifestar a respeito da sua citação na decisão do ministro Mendonça. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

De acordo com a representação da PF, Gustavo Gaspar ocupou cargos comissionados tanto no Ministério das Comunicações quanto no gabinete do senador Weverton Rocha (PDT-MA). As apurações indicam que, pelo trânsito político, facilitava as negociações fraudulentas orquestradas pelo Careca do INSS, apelido do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes.

A PF afirma ter encontrado planilhas de pagamento do Careca do INSS que atestavam o pagamento de R$ 100.000 em propinas para o ex-assessor, sob o apelido de “Gasparzinho”.

Além da atuação político-institucional, as provas demonstram que Gustavo se relacionava intensamente com Rubens Costa, funcionário de Antônio Camilo, e seus diálogos diziam respeito a atos de constituição de uma empresa e, também, a perguntas sobre o contador Alexandre Caetano, que também está envolvido com as empresas de fachada de Antônio Camilo“, afirmou o ministro André Mendonça, em decisão que autorizou as buscas. 

Juscelino foi ministro das Comunicações do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de janeiro de 2023 a abril deste ano. Deixou o cargo após virar alvo de uma investigação da PGR (Procuradoria Geral da República) sobre desvio de emendas.

O ex-ministro não é alvo das prisões nem das medidas cautelares determinadas nesta decisão. Seu nome aparece citado no contexto da investigação em razão das nomeações e vínculos institucionais relacionados a Gustavo Gaspar.

OPERAÇÃO SEM DESCONTO

A Polícia Federal e a CGU (Controladoria Geral da União) deflagraram nesta 5ª feira (18.dez) uma nova fase da operação Sem Desconto, que apura um esquema nacional de fraude nos descontos associativos sobre aposentadorias e pensões no INSS.

Entre os alvos da operação estão:

  • Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado (alvo de busca e apreensão); 
  • Adroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência (prisão domiciliar decretada); 
  • Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, (foi preso); 
  • Éric Fidelis, filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS (prisão preventiva decretada). 

INVESTIGAÇÃO

Em 23 de abril, a PF deflagrou a operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. 

A investigação identificou a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sem autorização dos beneficiários sobre suas aposentadorias e pensões, concedidos pelo INSS.

A repercussão do caso levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT). O pedetista foi aconselhado por deputados a deixar o cargo, desde que afirmasse que as fraudes começaram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que as apurações ficaram a cargo da atual gestão. 


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