Putin está pronto para fazer concessões, diz jornal russo

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse a alguns dos principais empresários russos que poderia estar aberto a ceder parte do território controlado pelas forças russas na Ucrânia, mas que deseja a totalidade de Donbass, segundo o jornal Kommersant.

Andrei Kolesnikov, do Kommersant, um dos principais jornais da Rússia, afirmou que Putin teria apresentado os detalhes de uma proposta preliminar de paz a empresários em uma reunião no Kremlin na noite de 4ª feira (24.dez.2025).

Conforme o jornalista, Putin “ainda está disposto a fazer as concessões que fez” quando se reuniu no Alasca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), mas que não vai abrir mão do Donbass. Fora dessa área, de acordo com Kolesnikov, “uma troca parcial de territórios por parte da Rússia não está descartada”.

Os detalhes completos das propostas norte-americanas não foram divulgados, embora autoridades russas tenham se referido a “entendimentos” alcançados entre Putin e Trump em uma cúpula em Anchorage, no Alasca, em agosto.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky (Servo do Povo, centro), afirmou que as delegações ucraniana e norte-americana se aproximaram da finalização de um plano de 20 pontos nas negociações realizadas no fim de semana em Miami. Mas declarou ainda não há um acordo com os EUA sobre as exigências de que os ucranianos cedam as partes de Donbass que ainda controla, nem sobre o futuro da usina nuclear de Zaporizhzhia, que é controlada por forças russas.

Zelensky disse nesta 6ª feira (26.dez) que acertou “uma reunião de alto nível com o presidente Trump em breve” e que “muita coisa pode ser decidida antes do Ano Novo”. 

Segundo o jornal Kommersant, Putin também mencionou a questão de Zaporizhzhia em sua reunião com empresários. Afirmou que estava sendo discutida uma gestão conjunta dos os EUA.

Putin também teria dito que os Estados Unidos haviam manifestado interesse na mineração de criptomoedas perto da usina e que a usina deveria ser usada para abastecer parcialmente a Ucrânia, informou o Kommersant.